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Foto do escritorCarla Araujo

Avaliação Psicológica para Cirurgia Bariátrica


Ao se submeter a cirurgia bariátrica pode-se passar por uma serie de mudanças as quais é importante estar preparado psicologicamente. É possível que esta pessoa, até chegar a redução de estomago, já deva ter tentado diversas formas de reduzir peso. O emagrecimento, para algumas pessoas, pode ser algo muito estressante principalmente depois de várias tentativas de dietas das mais diversas, desde as recomendadas por médicos e nutricionista até as recomendadas pela TV e amigos. O momento da tomada de decisão para a cirurgia bariátrica pode estar repleto de expectativas, muitas com fundamento mas outras disfuncionais.

A avaliação psicológica para cirurgia bariátrica visa estabelecer o quanto esta pessoa está preparada tanto para este procedimento assim como para todo o processo necessário pós cirurgia pois a obesidade pode interferir na qualidade de vida quanto aos aspectos físicos, psíquico e social.

Questões emocionais tanto podem estar envolvidas na causa como nas consequências da obesidade. A compulsão pela comida pode estar associada a vivencias com grande carga emocional que pode afetar tanto o obeso como afeta as pessoas que convivem com este que sofre com a dificuldade em emagrecer. O fato de não comer tudo o que gostaria, ou na quantidade que gostaria pode interferir nos relacionamentos principalmente quando a atividade social inclui almoços ou jantares.

A dificuldade em sentar em qualquer cadeira, passar por catracas e situações onde aparecem limitações também podem afetar emocionalmente. Pode haver sentimento de ser obrigado a emagrecer diante de tamanho sofrimento e acabar por sobrepor-se à necessidade de melhorar a saúde. É importante que haja uma avaliação psicológica antes da cirurgia bariátrica.

O médico cirurgião costuma encaminhar o paciente que pretende realizar a cirurgia bariátrica para a avaliação psicológica. Notamos ser possível algumas reações deste paciente:

- Medo de que o psicólogo tente convence-lo a não realizar a cirurgia bariátrica.

- Pressa em realizar a avaliação o mais rápido possível para que possa levar o “papel que o médico está pedindo”.

- “Preguiça” em passar por esta etapa por considerar que não precisa pois “já sabe o que quer e sente-se muito bem”.

Mas estas reações podem ser superadas se compreendermos a utilidade da avaliação.

O que realmente acontece na Avaliação psicológica para cirurgia bariátrica: O psicólogo, algumas vezes um especialista em transtorno alimentar, trabalhará no sentido de preparar esta pessoa para uma etapa importante em sua vida. A expectativa de uma vida como a de qualquer pessoa e um corpo magro no dia seguinte da cirurgia bariátrica é irreal. Haverá mudanças na rotina que um psicólogo poderá orientar e preparar esta pessoa. Por isso tão importante quanto a avaliação psicológica para a cirurgia bariátrica seria o acompanhamento pós cirurgia.

Abaixo material elaborado pela COF/CRP-08, com base em:

Dantas de Lucena, Marianna Carla Maia; Alchieri, João Carlos;

Martins,RemersonRussel;CarvalhodeSousa,HeloísaKarmelina.

PRÁTICADOPSICÓLOGOEMEQUIPEMULTIDISCIPLINARDECIRURGIABARIATRICA

http://www.crppr.org.br/download/256.pdf

Requisitos necessários para o psicólogo que fará a Avalição psicológica para cirurgia Bariátrica

• Entendimento da obesidade como uma doença epidêmica, crônica, dispendiosa, multifatorial e com morbidades e mortalidade elevadas, conforme a OMS;

• Percepção da intervenção cirúrgica como uma das etapas do tratamento da obesidade;

• Conhecimento sobre os critérios de indicação para a cirurgia: índice de massa corpórea, co-morbidades, insucesso do paciente em tratamentos anteriores, apoio familiar e avaliação pré-operatória rigorosa;

• Existência de uma equipe interdisciplinar conhecedora das especificidades próprias da

obesidade.

Específicos

• Levantamento da história clínica do paciente: estilo de vida, hábitos, costumes, atividades, relacionamentos, pensamentos, sentimentos e comportamentos;

• Investigação sobre o início da obesidade, padrões familiares, maneiras de lidar com a doença, quantas e quais tentativas buscou para emagrecer, prejuízos causados pela obesidade em sua vida, casos de obesidade na família, auto-estima eimagem corporal, estado de humor, qualidade do sono, vida social e profissional, expectativas quanto ao procedimento cirúrgico;

• Verificação quanto à presença de compulsões, crises de ansiedade e fantasias acerca do emagrecimento, relação com o alimento e possibilidade de algum transtorno alimentar (compulsão alimentar periódica, anorexia, bulimia), níveis de stress, ansiedade e depressão do paciente;

• Observação da capacidade de manutenção do controle frente às situações de stress/tensão e de aspectos psicossociais que possam comprometer os resultados;

• Conhecimento de aspectos que podem inviabilizar o procedimento, cirúrgico: transtornos psicológicos mais graves como Transtorno Bipolar ou Esquizofrenia, Depressão (sem que esteja em tratamento), demais transtornos mentais e dependência química;

• Considerações sobre a percepção social diferenciada referente aos obesos de sexo

masculino e feminino (discriminação e exigência social);

• Relação entre o comer e os fatores emocionais;

• Manutenção de conduta cautelosa e de encaminhamento para tratamento anterior à

cirurgia quando necessário;

• Identificação de preditores de sucesso pós operatório;

• Previsão e disponibilidade para realização de monitoramento da adaptação pós-operatória;

• Possibilidades de implementação de mudanças nos hábitos de vida permanentes: ajustes nos padrões alimentares, prática de exercícios físicos e demais necessários a cada caso;

• Importância de se considerar a possibilidade de acompanhamento psicológico pré e/ou pós operatório;

• Métodos e técnicas psicológicos mais utilizados: Entrevista Psicológica ampla e detalhada, Testes psicológicos como os de personalidade e, eventualmente, de inteligência (em caso de dúvidas sobre habilidade intelectual do paciente.


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